18/10/2011

Sustentabilidade Vintage

Retomar o passado é solução?

Cada dia mais ouço comentários do tipo: “café de pano, aquele da vovó, é mais sustentável que os de papel...”

A minha primeira impressão foi pensar que éramos mais sustentáveis no passado que agora, na época que sustentabilidade se tornou a palavra da vez... Mas será verdade?

Nos tais tempos dos meus avós, não havia preocupação com a saúde dos empregados, por exemplo. Meu avô lidou sua vida inteira com problemas respiratórios fruto do trabalho em fornos de cerâmica sem nenhuma proteção... Hoje seria descaso, na época era padrão!

A minha impressão mais marcante é que não éramos mais sustentáveis. Apenas adotamos um caminho de desenvolvimento errado!

Muita coisa no passado era feita daquela forma por falta de conhecimento, oportunidade, aquele velho jogo da tentativa e erro.

Era como abrir caminho numa floresta. Você pequeno e sem muita visão, vai tateando, enxergando apenas alguns palmos a sua frente, abrindo, com esforço individual, um espaço para você passar.

Então inventam a globalização, os meios de comunicação, seu filho ganha um computador e o mundo do perrengue se torna da informação!

Abrir caminho fica mais fácil agora que se conta com ajuda e disposição de muito mais gente que só você e seu limitado grupo social.

Mas aí está o problema: não perdemos velhos hábitos. A visão, ora limitada e individualista, permaneceu!

Aprendemos a trocar informações e conhecimentos, intangível em grande parte. Talvez daí tenha ficado essa impressão de distanciamento e pouca tangibilidade nas ações derivadas desse conhecimento todo.

Permanecemos refém de um caminho que não privilegia em nada a visão sistêmica, apenas o resultado mais imediato. Enxergar mais (longe, melhor etc) se tornou uma ambição, não um resultado...

Aí minha preocupação muda e passo a ficar preocupada com os comentários como esse lá de cima... Por que retomar o passado sem questionamento? Por que não olhar para frente?

Adquirir conhecimento tem que vir com história. O “por que sim” é maior vilão que o “não sei”.