27/09/2011

Armazenar Pra Que? - Ainda Não Acabou



A memória O apego na época dos bytes.

Inexplicadamente a conta do e-mail funcionou semanas mais tarde. 

Já havia passado a fase de luto, a culpa e o apego por tantos e-mails guardados sem o devido valor. A dor por não acessar as memórias (sem acesso há anos) era cada dia menor, mais conformista.

Mas então resolvi tentar mais uma vez. Quem sabe dessa vez não funciona...

E voilà....  abriu! Estava lá, tudo e mais um pouco de novos e-mails a serem lidos. Devia ser um problema do servidor, uma pegadinha de um FDP sem coração, um aviso dos céus, sei lá.

Sei que sai diferente dessa experiência.

Perder um e-mail é quase como perder o endereço de casa. Bateu aquele desespero. Como vou me cadastrar em sites, receber mensagens de amigos, participar das discussões, saber quando será o próximo encontro com o pessoal, deletar spam xingando o energúmeno que vive me mandado isso… Minha identidade virtual havia perdido seu endereço e sua forma de contato com o mundo!

Nada como perder (mesmo que por tempo limitado) para refletir sobre o ter (no sentido de controlar) toda sua história é tão fugaz e desnecessário.

Havia muitos e-mails ali com desejos de beijos e carinhos, mas nada como recebê-los pessoalmente, agora, fisicamente. Havia um vídeo com uma canção gravada de presente para mim, mas nada como ter a canção executada ao vivo e compartilhar as risadas e olhares.

Nada como ter acesso a tudo que estava ali armazenado. Mas nada mesmo que ter a certeza que tudo aquilo passou. Para melhor ou não. Saber que tive a capacidade de acumular anos e anos de história, de casos e mensagens me dá a certeza e mais de segurança para continuar construindo novos caminhos.

Aprendi também que não dá para eleger um servidor sabe-se lá de onde para guardar sua história. Nada substitui seus sentidos, sua mente, seu corpo.

E finalmente consegui responder o título do post. Armazenar é preciso, afinal somos constituídos de memórias e experiências. Onde é a chave da questão…

Daqui para frente, conto mais com as minhas cicatrizes (umas superficiais outras nem tanto) para servirem de arquivo. Ah, e outra conta de e-mail de um novo provedor só para garantir…

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