Primeiro escolhi o nome.
Para conseguir dar identidade e propósito. Enxergar daqui, do ponto de partida, a chegada no horizonte ainda bem distante. (Será que existe chegada?)
Talvez não. Talvez seja só uma bandeira, um brasão, forma de pedir passagem, de deixar rastros, de mostrar sem ainda nada revelar.
Gostei do som das palavras. Da mistura. Da combinação de dois pedaços, multiplicando-se, co-criando outra parte, mais forte e completamente distinta.
Gosto de eco. Da imagem que se forma na mente. De um grito, de uma repetição. De um som propagado, ligado a sua origem, mas mesmo assim diferente daquela, cambiando a cada batida, a cada reflexão. Deixando vestígio, memória, ligeiras ou profundas, tanto faz. Criando simpatia. Ou não.
Gosto de bravio. Ouvi primeiro numa música (“barulho bravio de ondas”). E me encantei pelo ritmo. Procurei sua definição. E encontrei o símbolo que faltava: Bravo, feroz, assanhado. Não domesticado. Brutal, áspero; Terreno inculto; Difícil de transitar.
Esta é a busca, um trajeto. Sem saber de onde partiu, como um eco. Sendo atirado (e se atirando) pelos cantos, batendo, ganhando cicatrizes, reverberando, mudando de sentido, direção, reiniciando. Como um eco bravio, um grito tentando viajar e carregar a sua essência pelo terreno mais difícil e áspero.
Este é um relato despretensioso e repleto de falhas. Procura refletir da forma mais parcial possível o como é ser, aqui, neste tempo-espaço. Ponto.
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